quinta-feira, fevereiro 08, 2007

peça perdida da vida

É engraçado. Eu olho para trás e penso: "será que o tempo de vida foi desperdiçado? Será que não? O que devo eu fazer do resto da minha vida? Estão-me sempre a dizer que não devo desperdiçar o meu tempo de vida? Mas como aproveitá-lo? Como saber que estou a... viver... como devia? eu tenho poucos anos de vida, ao olhar para trás vejo que ainda menos tenho, o que fazer? o que comer, o que dizer, com quem falar, o que fazer, ao certo?" É, na verdade, assim que eu penso, talvez seja assim que a maoria das pessoas pensa, pois é assim que nos obrigam a pensar. Olhamos para a televisão e vemos aquelas figuras glamorosas, altas, belas, ricas, opulentas da mais alta sociedade e da maior felicidade, sempre que os repórteres lhes perguntam elas respondem "vivo o meu sonho, sou a pessoa mais feliz do mundo!"Olhamos para o lado e vemos o nosso vizinho a viver a vida que sempre quis, vemos o nosso colega a cumprir os seus objectivos, vemos o nosso melhor amigo a sorrir enquanto nós "choramos". "Choramos"? Nós podemos nem estar a chorar, podemos até sorrir frequentemente, conseguir o que sonhamos, ter, supostamente, tudo o que desejamos. Todavia, há sempre algo que falta. Há sempre uma peça do puzzle de mil peças desparecida ou que não encaixa, há sempre somente duas pombas onde deveriam estar três. A vida perfeita, o que é isso? Eu posso, até, afirmar perante todos que a minha vida é perfeita, que tenho tudo o que desejo, que sou imensamente feliz, mas é claro que isso não é a realidade. Onde está, pergunto, onde está a peça perdida? PORQUE é que há uma peça perdida?