segunda-feira, abril 23, 2007

Almoços de família

(aviso aos amantes de almoços de família, geralmente os organizadores ou pessoas de idade, que não leiam este post, pois pode conter material forte para os mais sensíveis)

Almoços de família, quem pode dizer que gosta realmente de ir a um? No sábado passado, dia 7 de Abril, em modos de festejar a páscoa, organizou-se um belíssimo almoço de família. De uma família constítuida em parte por Espanhóis barulhentes e em parte por portugueses constrangedores.
Com tenções de me entreter no meio dos idosos desconhecidos e das amáveis frases como "a última vez que te vi eras tão pequenina, não te lembras, pois não?" ou "já estás uma mulher! Mas que elegância" ou até " estai mui guapa", decidi pegar numa folha de papel e anotar as fases do almoço.
Fase 1:
Cumprimentar toda a gente, tempo aproximado : 30 minutos.
Fase 2:
Esperar que a poderosa turba se sente à mesa, tempo aproximado: de 15 a 30 minutos
Fase 3:
Servir toda a gente e esperar que comecem todos a comer (pois à sempre aquela terrível espera que o último da fila esteja servido), tempo aproximado: 10 minutos
Fase 4:
Esperar que toda a gente ACABE de comer, tempo aproximado: simplesmente muito
Estas 2 fases dão-se com a entrada, a sopa, o prato principal (que são, geralemte, dois), a sobremesa e o café.
Após estas fases, há o saír da mesa, que costuma ser o mais aborrecido. O almoço começou às 13horas, mas só me lembro de me levantar definitavamente perto das 16h30. As pessoas conversam e conversam, mesmo que não estejam interessadas em ouvir ou falar. Por vezes, nos almoços mais aterrorizadores, há um discurso a meio. Um dos mais distintos, ou simplesmente, idosos, fala sobre como é bom reencontrar os velhos e novos membros. É claro que estas palavras nem sempre são verdadeiras, sendo sempre notado um certo cíniquismo (não sei se esta palavra existe) no discurso. Pois encontrar nova família nem sempre é bom. Não quando fanáticos apoiantes de extrema direita se cruzam com fiéis socialistas. No meu último almoço de família houve um encontro deprimente entre um casal, que dizia Santa Lopes ser o seu ídolo, e dois irmãos amigos de Sócrates. O ambiente, como imaginam, foi caótico.
Enfim, aqui fica um relato de um almoço de família, que, como se diz, foi bastante triste.

3 Comments:

At 24/4/07 10:25 da tarde, Anonymous Anónimo said...

cinismo... bacanoides.

 
At 25/4/07 8:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Nao queres dizer Santana Lopes? Pareces ter uma familia interessante....dado que nao mencionaste intrigas entre sogras e noras. A politica é sempre um tema...coiso, mas pronto.
bjs

 
At 30/4/07 9:53 da tarde, Blogger Inês Pombeiro said...

os almoços de familia têm duas vertentes: ou são excelentes (aconteceu-me, por isso existem mesmo) ou são uam seca descomunal em que morremos de tédio.. no teu caso acho que foi a segunda opção. bjo***

 

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